quarta-feira, 28 de março de 2012

O CAFÉ DAS CINCO

Todos os dias o sol invade meu quarto por volta das cinco,
pintando o céu com tons de vermelhos,
amarelo, laranjado... que não se encontra em pantone algum.
Logo o azul faz do céu um mar...
A névoa aos pés da Serra da Piedade... nossa!

Essa beleza indescritível, é só pra comparar
com a beleza da cena que eu vejo aqui dentro.
Da cozinha, o cheiro do café entra no quarto
sem bater à porta.
Nesse instante minha oração chega aos pés do Criador
em seu nome.
Todos os dias é assim:
Ele levanta pouco antes das cinco, e prepara o café.
O meu café.
Talvez ele não saiba que é meu. Mas pouco importa.
Eu o tomo assim mesmo.
Na correria do dia a dia, mesmo sem gostar tanto,
sento-me a mesa e me sirvo, quando não ele.
Naquele instante esfrio o calor da sua boa vontade.
A "fumacinha" que sai da xícara contorna saudades,
Tomo goles de um momento de vida, fitando o sonho que teria tido.
Os planos do dia, a saudade da roça.
Andando de um lado ao outro.
Ainda em sua companhia que naqueles primeiros instantes do dia,
vejo a saudade que ele tem, a vontade de ser ele em meu lugar.
Quando não tinha o café, a companhia... e mesmo assim ele saia.
A mesma toalha de sempre, com torradas, forra as tristezas da
incerteza do que virá. E se virá...

Tomo o último gole de um carinho que eu tenho por tí.
Esse breve momento me faz atrasar quase sempre!
Mas aquele café margoso, gostoso, me dá o privilégio
dos instantes em que vou levar por toda a vida.
Como saudade dos tempos que virão.
Eu imagino quando for eu, em minha vez de preparar o abraço
guardado na timidez de entregar, no pensamento de que podia te-lo dado.
Já de pé, pra sair, sinto ser só uma xícara.
Só um por dia...
Sinto deixá-lo me procurando à mesa,
"Bença PAI, fica com Deus".
E vou de encontro a mim mesmo.



domingo, 25 de março de 2012

PERDOA-ME

Pelo que seja,
por ter vindo de outra época.
Perdoa-me por ter vivido
apenas te esperando,
enquanto você vivia me procurando.

Perdoa-me por ter vindo sem ter avisado
empurrando meus versos mal cantados
Por encher-te de um amor que não deseja.
Menor do que o que mereça.
Mas foi tudo que escrevi nessa poesia da vida.

Perdoa-me por apressar o tempo
E por isso ser assim, tão saudoso de ti.
Perdoa-me pela saudade que sinto,
E pela saudade que deixo.

E assim como vim
Perdoa-me por partir sem avisar
e deixar apenas um papelzinho escrito:
Te amo.
Fui "meu coração já é sua morada, namorada... e a chave você tem na mão."


MINHA PROMESSA, MINHA PARTIDA.

Chegou a hora.
Pegar a mochila
sair pela vida
buscar a saída.

Na mochila, folhas em branco,
lápis, um apontador...
que me de direção
e uma maquina que faz fotografia.

Saudade não quero levar,
prefiro deixar com quem vai ficar.
Guardei as coisas todas do mundo
o meu mundo:

A paixão infinita... e a sua ausência.
O amor que é seu... e sua essência.
O sonho... o desejo... e nos lábios seu beijo.
Esse não esqueço, nem deixo pra traz.

Guardei também seu abraço,
apertado, quente... e seus amassos...
nossa, isso vai dar saudade, mas saudade não posso levar.
Mas levo a vontade de te ver chegar no meu destino.

Outra coisa que não podia deixar pra trás ...
aquele seu olhar.
Fitando os meus olhos, que sem querer te disseram no primeiro encontro:
- Fica comigo!
Mas disseram baixinho, só pra eu ouvir, um pensamento alto.
Mas seu sorriso me disse:
- Fico.

Agora vou embora.
Acabou o carnaval.
passou o mês...
a estrela ... sorriu.

Estou partindo na necessidade que tenho de ficar.
A promessa não cumprida não foi minha.
Meu é amor, é paixao... que guardei em seu coração.
Meu amor... eu to indo.



POESIA VIVA

Minhas poesias sempre foram palavras lidas.
Mas agora apareceu você e nelas colocou vida.
Agora, minhas palavras são lidas como
a mais linda deste mundo.

quinta-feira, 22 de março de 2012

TEM SEMPRE ALGO MAIS DO QUE SAUDADE.

Tem dias  que a nostalgia nos assola o peito.
Lembranças boas, que nos arremetem a tempos
Que a vida insiste em trazer à vida!

Como as notas arranhadas no violão, (a música, o violão)
a beira do rio, fogueirinha quentando
dando um tom de cor nobre ao seu sorriso
contrastando o brilho da lua.

Como a chegada em Paraty para o festival,
onde fizemos história, nobre memória.

E reaparecem os sonhos não vividos,
tão marcantes quanto os realizados.
O Anel de noivado, ainda marca no dedo
o desejo de ter casado.

O filme perfeito, sob as cobertas
no AP naquele dia de frio, cinzento
chuva la fora...
Lembro-me da cor vermelha,
que te vestiu por pouco tempo.

Seu calor em mim,
Seu desejo em mim.
E nós... num único corpo,
num único desejo,
numa única lembrança...

Seu medo, ansioso antes da decolagem:
- Dá um frio na barriga...
E logo em seguida, o chão ficando distante,
e o delírio registrado nas lentes
no encantado sorriso.
- Amor daqui de cima é lindo!
o que era medo?

E num canto distante, quase tomado pela poeira...
na minha memória encontrei um soluço
uma lagrima e uma despedida.
Tudo envolto num pergaminho
onde estavam escrito todos os nossos sonhos,
todas as nossas promessas...
e a nossa jura de amor... que seria eterno.

A grande perda não é tanto pelo que se foi, mas pelo que deixou de vir.


sábado, 17 de março de 2012

Para os que vivem.


Uma Boa Viagem: eu to chegando, mas...

Uma Boa Viagem: eu to chegando, mas...: me guarda em seu corpo quando eu chegar, me leva em sua alma se você partir. Me banha com seus lábios e me deixa viver em seus beijos. ...

eu to chegando, mas...

me guarda em seu corpo
quando eu chegar,
me leva em sua alma se você partir.
Me banha com seus lábios
e me deixa viver em seus beijos.
e quando eu olhar o seu olhar,
deixe o seu sorriso dizer
que me ama...

quarta-feira, 14 de março de 2012

QUE SEJA O QUE QUERO

Eu preferiria que fosse meu colo
a sua mão ao queixo.
que fosse meu abraço os seus braços.
Que fosse meu sorriso a sua tela,
Um pensamento na ponta dos dedos...
Eu preferiria que a minha companhia,
fosse  mais completa que a plena multidão
que se busca e não alcança e de fato me supre a sozinhes
Queria que entendesse, longe das palavras, o gesto,
meu olhar e o calor das minhas mãos dizendo que estar só, é preciso.
Que o pensamento que agora vagueia... vago pelo mundo,
não diz o que penso,
e que apenas sinta.
Queria que fosse eu, no lugar do espanto, da surpresa,
e que a sozinhes não fosse  embora com a necessidade que tenho do seu corpo, do seu colo, e da maciez dos seus lábios sentindo falta dos meus.
Queria que soubesse o quanto gosto... e mais nada.
Queria que soubesse, que a solidão passa longe do que sinto,
silêncio, apenas porque gosto tão somente da sua presença...
"gosto de ti não por quem tu és, mas por quem sou quando estou contigo"

segunda-feira, 12 de março de 2012

UMA VIDA DISTANTE

Semana passada eu a vi de uma maneira diferente.
Quando ela entrou no carro, percebi o quanto havia mudado 
não sei em quanto tempo.
Minha primeira reação foi de espanto! Como ela envelhecera sem eu perceber.
Como deixei de enxergá-la durante... meu Deus, quanto tempo?!
Uma expressão sofrida, de sobrancelhas fechadas, o rosto diferente do que eu lembrava.
Ao mesmo tempo, ela estava eufórica, talvez pela minha companhia. 
Observava tudo com olhos virgens! 
-Nossa, como ficou diferente, esse viaduto!
-Olha, alargaram essa avenida!

Sinceramente, tentei ocultar minhas lágrimas.
Suavemente ela passou a mão em minha perna...
Mas percebi nitidamente sua carência e solidão.
Uma vida passada... sem vida!
O tempo a maltratava impiedosamente sem chance de defesa.
Cada minuto pra ela, era uma hora.
Meu grito ecoou no nada, em silencio, como um socorro que se pede nos pesadelos e a voz não sai.
Minhas lágrimas corriam pra dentro, rasgando a face, o peito e alma, numa sensação de impotência...

Em seu sorriso admirando o normal do cotidiano, pra ela raridade,
eu tentava enxergar em qual momento eu permiti meu egoismo me afastar tanto assim.
E eu que sempre a admirei...
Olhos negros, cabelos lisos, longos... lábios carnudos.
Corpo de modelo, magrinha, mas de seios lindos
(e tantos anos me serviram, sem se preocupar com sua vaidade, quase nenhuma!)
Uma índia nato! 
E eu hoje com minha meia idade... sem saber o que fazer.
Pedir desculpas? Como?
Então permiti que acariciasse minha perna pelo tempo que quisesse...
Já que isso a fazia bem, apesar da timidez.
Permiti que viajasse em minha companhia, sem que ela soubesse que a minha fuga do transito intenso, era simplesmente pra prolongar ainda mais o nosso encontro.
Mostrei as mesmas velhas novas igrejas, arvores, praças que no tempo dela, ainda estavam em preto e branco!
E quando então chegamos no destino, seus olhos me fitaram com o MAIOR AMOR DO mundo e disse:
-Muito obrigado, filho! Sua mãe te ama muito! que Deus te abençoe.
Nesse instante, uma lágrima! Uma única lágrima escorreu e molhou seus lábios que sorriam sinceros.



quarta-feira, 7 de março de 2012

LOTERIA




Grande figura o Sr. Moreira! Barbeiro desde
adolescente, único filho, aprendeu o ofício do pai e
já com os seus 69 anos nem pensava em se aposentar.
Esperava que a sorte viesse num bilhete de loteria.
Aliás, esperava há longos 40 anos, quando o Júlio
César chegou na cidade com aqueles bilhetes coloridos
que prometiam grande riqueza.
Sr. Moreira comprava um único bilhete toda
quinta-feira e pelo que parece jamais conferiu se
havia ficado rico ou não.
Viúvo há quinze anos, tinha apenas uma sobrinha que o
ajudava a espantar o fantasma da solidão que vivia a
assombrar-lhe. O velho era tão querido que todo mundo
se preocupava com sua saúde. O tempo foi passando e o
coração do Sr. Moreira já apanhava mais do que batia.
Por pura ironia, numa segunda feira de outono, Júlio
César chamou os amigos no buteco e soltou a notícia
preocupado:

- O Sr. Moreira ganhou sozinho o grande prêmio!
Era pra ser uma festa, se não fosse a preocupação com
o coração do bom Moreira. E agora?
O velho ia morrer com a tão esperada notícia.
Depois do jogo de empurra, decidiram que o Júlio era o
mais indicado. Como era o mais moço e o vendedor do
cartão premiado, ele era a pessoa certa para conversar
com o Sr. Moreira. Estudaram uma maneira mais amena e
por fim, Júlio César tomou duas talagadas de Germana e
foi à barbearia:

- Ô Sr. Moreira!!! Como é que o Sr. acordou hoje?
Tudo tranqüilo?!?
- Graças à Deus, “Julim” e você?
- Tudo bom! Tudo bem! Sr. Moreira... é... hum...
- Algum problema, Sr. Julio César?
- Não, não!! Meu querido Moreira!! Me responda com
sinceridade! Se o Sr. Ganhasse sozinho na loteria
muito, mas muito dinheiro mesmo! Dinheiro que não dá
nem pra contar direito, o que o Sr. faria?

Os olhos do Moreira brilharam ao olhar pro nada!
Sonhou pequenas grandes coisas. Pensou por alguns
instantes enquanto um sorriso lhe rasgava o rosto.
Teve algumas lembranças que jamais seriam reveladas!
Depois de um infinito silêncio olhou para Julio que já
se agüentava mais de tanta ansiedade, e dando um
tapinha nos ombros lhe respondeu:

- É, meu caro Julio! Como eu não tenho nada nem muito
tempo, com toda certeza... eu lhe dava metade do
dinheiro.

Todos compareceram ao velório do Júlio César. Sr.
Moreira tentou socorre-lo mas foi em vão. O coração
parou naquele instante, pela emoção e susto. Talvez
pela certeza da promessa do amigo.
Mas o fato é que Sr. Moreira ainda viveu muito tempo e
cumpriu a promessa. No Túmulo do amigo foi construída
uma capela do mais branco e puro mármore! Está sempre
linda e florida todos os dias do ano.


ACASO... PERFEITO


Acredito que o acaso, sempre anda de mãos dadas ao destino.
Sobre o tempo e distancia, aprendi a voar para encurtar ao máximo qualquer distancia que haja, devolvendo a mim, o que tenho de mais precioso: o tempo! Você sabe quanto tempo leva dos olhos ao coração quando te vejo? A eternidade de uma vida, seria muito pouco para completá-la.
Já a perfeição... um a perfeição! Só posso dizer dela quando olhar em teus olhos e extrair da linda face, um sorriso sincero, de braços abertos para o nosso saudoso encontro.

SEGREDO


segunda-feira, 5 de março de 2012

ETERNA PROMESSA

Eu vim te ver.
Saber se é mesmo assim,
como a tenho nos meus sonhos
nos meus desejos.


Vim te ver no invisível,
sem poder toca-la
como a toco em meus lábios
nas carícias leves correndo seu corpo.


Eu vim senti-la 
já que aqui dentro
você me toma por completo
faz viver um coração
que bate forte,
outras vezes apanha
em defesa de um sentimento.


Eu vim amá-la.
Na certeza de um bom dia,
no desejo de alegria
no rimar da poesia.