segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A MAIS PERFEITA POESIA



Lembro-me da sua chegada.
Por volta das quatro horas da manhã, o seu aviso:
- Eu to chegando!
Nossa!
Correria, expectativa, ansiedade, alegria e um pouco de medo!
Todo sentimento envolto naquele instante para sua chegada.
O tempo parou e nada de você chegar.
Caia uma chuvinha leve... o frio cortante daquela sala de espera e por fim, a confirmação.
Exatamente as 6:27 do dia 27 de novembro de 2002...
Um calafrio percorreu minha espinha, me fazendo tremer dos pés a cabeça...
Tentei encontrar minha alma, mas na verdade, eu já não estava ali.
Experimentando aquela sensação inigualável, inenarrável... meus olhos correram meus vinte e seis anos em busca de um momento parecido, ao mesmo tempo em que a minha vida, eu vi passar por um fiapo de futuro que jorrava em minha frente.
Minhas lágrimas cravaram em meu rosto o que eu chamei de ...  o abraço de DEUS!
Naquele instante, com o coração a mil a confirmação:
- Papai, o Bernardo nasceu e está ótimo!
...

Meu filho! Hoje você completa dez anos!!!
Com todos os tropeços, com todas as vontades de acertos...
Mesmo as vezes sem saber na hora, mas instantes depois,
Foram os Dez anos mais felizes da minha vida!
Hoje eu sei o que é amor, graças a você!
Cada sorriso dado, e seus poucos "choro"!
Nossas aventuras, nossa amizade, nossa saudade pelo desencontro...
Ô meu filho, olhar pra você, e saber que és um pedaço de mim!
Mais do que isto: uma das razões da minha vida...
é inexplicável, amor!
Me vejo em seus olhos! Me calo em sua voz!
Ao mesmo tempo em que grito quando em seu silêncio...
Você me faz homem, e menino ao seu lado!
Em seu abraço, me confundo se sou pai ou filho,
mas me agrado mesmo, e de ser seu amigo.
Filho, como passa rápido!
Talvez eu não tenha brincado de índio como você queria.
Talvez eu não tenha comprado a bola que você queria.
Quem sabe contado as histórias que você gostaria de ouvir...
Mas hoje eu sei, filho: que você é minha melhor companhia.
Dez anos, quem diria?
Que você tenha, meu anjo, muito mais do que a felicidade que você me proporcionou nesses dez anos maravilhosos!
Nessa vida que você me deu!
Nossa saudade, nossas vontades... nossos sonhos e até mesmo pesadelos!
Um dia, meu filho, você vai crescer... mas jamais deixe escapar a nossa doce infância.
Falta muito ainda. "é preciso muito tempo para se tornar jovem",
Mas qualquer que seja o caminho que trilharmos, você pode ter certeza:
Você estará sempre em mim e eu jamais vou soltar a sua mão!

Parabéns meu filho!
Que Deus possa sempre sempre sempre completar sua felicidade!
Não tem espaço aqui pra dizer o quanto te amo e o quanto te quero feliz!
Mas que você seja feliz pra sempre!
Você é a minha maior poesia!
27 de novembro!
Felicidades Filho!
Com todo amor que houver nessa vida!



domingo, 25 de novembro de 2012

SONHO, DESEJO E POESIA




E trazê-la de um sonho,
de um desejo
provar-te o beijo...
doce conquista, momento perfeito.

Buscá-la em todos os instantes do meu dia,
telefone que toca seu nome,
quem diria que você seria poesia?

Mas a rima perfeita, eu encontro ao seu lado.
Pena, é o tempo implacável,
dar-te a sensação de voar quando estamos juntos.
Traduz pra mim o que é isso?
Se fizer, prometo parar o tempo, de um jeito ou de outro.
Só pra sentir de novo sua respiração no meu rosto.
Só pra sentir de novo, minha mão sob seus cabelos,
seu corpo colado ao meu, pedindo mais...

Sonho, desejo... um beijo perfeito.
Seu nome, poesia... vida que traz pro meu dia.
Saudade. Aqui o encontro marcado.
Não deixarei de "te" escrever, onde quer que esteja:
"Que a mulher que eu amo se sinta pra sempre amada,
Ainda que distante!"






sexta-feira, 23 de novembro de 2012

SAUDADE DE UM SEGUNDO


A saudade que me toma
no segundo após sua ausência...
corta mais que tudo!
Inquieta-me a alma,
no anseio de te ter novamente.
De mergulhar no seu beijo,
enquanto seus lábios brincam com a minha boca.

Saudade,
ainda mais do que desejo:
Te tomar como minha,
sem posse!
De uma forma que a liberdade seja cúmplice,
companheira e estado infinito!
Te envolver em meu corpo,
além do que sinto,
Te fazer tremer
"como um chão de terremoto"
pra fazer você sentir o que me faz viver.

E se for preciso esconder seu riso
que a lágrima que venha não role
nem te arda de angústia.
Que ela flutue!
Leve como a essência que é sua.



sábado, 17 de novembro de 2012

A ÚLTIMA ESCRITA


A gente deveria ter uma opção ao se apaixonar.
Podia ter um manual, pra gente ler e entregar à dona da paixão.
Porque de repente, ela chega...
Sem dizer nada,
Sem querer ou pedir nada...
E nos toma, nos leva sem muito esforço.

Paixão que vira desejo, inibido no sorriso que diz:
"eu também quero"...
assim, sem português correto,
sem dizer uma palavra.
Nem precisa, palavra vira poesia
Poesia que traduz desejo.
Na verdade, sentimento traduzido em seu nome.

Ela menina, linda sem acreditar.
Uma mulher desejada como nunca imaginou que pudesse.
Sonho, entrega, recusa... medo.
E assim começa uma paixão,
que não se aprende, que não se ensina...
Apenas, sente...
- Toma,  é sua...

E a pergunta que não era afirmação,
traduziu a dúvida, e os pés perderam o chão.
Sonho interrompido pela madrugada,
Poesia guardada, tão viva, tão sua...
Não era pra ter sido encanto...
Nem tão pouco quebrado.
Era pra ser realidade...

Mas foi embora.
Despediu-se do que nunca se teve...
Do mais sincero desejo.
Despediu-se de sí mesmo, sem terminar o verso.
Me deixando ao avesso...
No medo do amor guardado pra sempre.
No que se acha por engano,
no encanto da menina mais linda.
Da mulher mais encantadora que eu conheci.





segunda-feira, 5 de novembro de 2012

RUA ITORORÓ, AP 303



Quem passa por esse endereço no bairro Padre Eustáquio, vê apenas um prédio comum,  quatro ou cinco andares, não me lembro bem.
Um prédio escolhido, numa rua pacata que de vez em quando, passava um ônibus... sei lá se ainda passa.
Árvores, outras casas, como outra rua qualquer.
O apartamento 303, aos olhos de qualquer engenheiro, era também um três quartos, sala, cozinha, banheiro, com vaga na garagem...

Mas aos meus olhos NÃO!
Naquele apartamento, cabia o mundo!
Nele morava o grande pai, que os filhos carinhosamente, o chamam de "Tio Zé"!
E o amor dele, era a tia mais bonita, que todo mundo a chama de "Mãezona".

Naquele apartamento, todo mundo se abrigou.
Todo mundo encontrava o aconchego que só se encontra,
Nos braços da mãe.
A segurança, que só se tem de mãos dadas ao pai.

A infância, a alegria e a verdadeira amizade,
se mudaram pra lá. E lá ficaram.
Alí também, habitava o maior coração que um ser humano pode ter.
O do Tio Zé.
Homem que nunca negou um sorriso,
E se um dia houve lágrimas,
esse mesmo sorriso, se encarregava de disfarça-las...
E quando ele trazia todas as novidades,
e também as que não eram, mas eram sempre surpresa:
Rapaduras, melancias e mercadorias, trocadas por uma saudade,
que cada km da 040, com destino a Brasilia, sabiam bem.

Nunca soube dizer, se quem acolheu quem precisou foi de fato o Ap,
ou o coração daqueles dois.
A Hora do Coroa, o Globo Esporte...
Comandos em ação, ping pong,
Bolo do maranhão...
- Ronan... fooooooome!!!
E a hora que fosse, saia um mexidão.

Cama quentinha, ainda que fosse o chão.
Cura de ressaca, "taca" merecida,
Parente de longe, parente de perto,
Tudo cabia naquele coração...

Isso quando o Tio Zé, não se contentava com o tudo,
e colocava a meninada toda dentro do Corcel e passava no "Ihooo" indo pra Vila Oeste,
ou parava no Praia Clube, com a criançada toda no porta-malas....
Ô minha doce infância,
A rua Itrororó, não sei o número, mas no apartamento 303...
Saudade de todo mundo que ali viveu!
O mundo, nunca mais foi tão aconchegante, como era ali, dentro daquele Apê!




quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A POESIA E O DESJO


Eu hoje ia escrever pra você,
Pensei numa poesia, simples...
daquelas que não precisam rimas,
versos... quase sem palavras...

Que é como você me deixa, as vezes:
desconcertado!
Pensei dizer do meu desejo...
Que me faz tremer
toda vez que você morde os lábios
e fala meu nome num tom mansinho
que é só seu.

Mas a "cigana" disse que era proibido.
E na sua nobre simplicidade,
preferi ficar escondido.
Na evidente razão de te querer.

Mas fiquei em silêncio,
guardei minhas palavras
pra que meus olhos te escrevam...
pra que você as tire de um beijo.

"Guarda-me", como na poesia anterior,
para que eu possa por mais um dia,
por mais uma vida...
contemplar-lhe em segredo,
de onde quer que eu esteja
Guardado ou revelado
no silêncio quebrado
pelo seu lábio,
provando um beijo meu.