Sobra um vazio gigantesco, que não sei o que fazer.
Os "porquês" que tive que inventar as respostas, ecoam em cada canto que eu olho.
Os bichinhos na corrida dos saptatos!!
Sobram tesouros escondidos na bagunça que fica a casa.
Uma riqueza digna dos guardiões encantados dos nossos contos à beira da cama.
Os presentes embrulhados em folhas de cadernos amassadas...
e o brilho dos olhos inocentes que dizem:
"- pai, tusse um pezenti pa você! podi abi!"
e naquele embrulho mágico , percebe-se que nao está ali, um monte de tampinhas de garrafa!
Dentro daquela folhinha rabiscada e amaçada, existe um colosso de inocência, um infinito de amor, um universo de abraços, um oceano da mais pura e divina ingenuidade, traduzida no prazer de agradar!
"-dostô pai, é seu pezente, o tê ti é?"
E nesse instante eu tenho que dar continuidade ao conto dos sonhos:
- Olha meu filho! são estrelas!!! as mais belas estrelas que o céu já teve!!! como você conseguiu pegar?
- Ah! Foi Papai do Céu que dexô né!? Éia po cê, ELE dexô!
Enquanto o outro, descobre o mundo pre adolescente, não menos encantado, mas hoje cada vez mais pre-maturo! E as perguntas continuam de tal forma, que o Google fica pequeno, diante dos dribles paternos.
O cheirinho deles em cada peça de roupa, na escovinha de dentes... e no chão de estrelas, que leva a um mundo mágico no cantinho do quarto! Piratas, dinossauros, rabiscos... e uma SAUDADE de poucas horas, do tamanho do mesmo mundo que já não sei qual é o verdadeiro!
Segredos do universo deles, contado em voz alta ao pé do ouvido:
Quanto vale essa saudade?
Prefiro contar as horas que nos separam do próximo encontro, no outro mundo, onde o amor... aaaahhh o amor... só faz abrandar o coração e acelerar esse tempo!