domingo, 18 de setembro de 2011

DESAPRENDER

Eu preciso desaprender algumas coisas.
A não ter medo de dizer “não”, por exemplo.
Às vezes me perder de propósito,
Deixar de lado à vontade de voltar.
Preciso desconstruir meus mundos!
Desaprender a confiar,
Porque o pra sempre, dura apenas algumas horas.
Quando muito, dias!
Aquele gostar é sempre tão meu, que eu acabo dividindo
com os outros.
Acho que o meu egoísmo “veio” com defeito,
Eu sempre quero o sorriso alheio, sincero!
Abro mão de sonhos, lembranças,
Às vezes sou palhaço,
Outras o mais puro silêncio,
Quando não o próprio tempo!
Tudo pra satisfazer
O meu egoísmo cheio de compaixão!
Pode?
Pode, eu sou poeta.
Eu desaprendo e desconstruo.
Faço sonhos.
E quando o não é a única saída, eu fecho os olhos.
Tento entender esse pra sempre,
Esse infinito tão breve
Esse mundo que cabe nas mãos!
Eu escolho o tempo como companhia
E deixo passar o fracasso que já não é meu.
Agora, o “não” que há pouco era a saída,
Passa a ser o grande início,
O qual eu desaprendo,
Desconstruo...


COISAS E SONHOS

Sempre tentei encontrar explicação pra algumas coisas.
Acabei descobrindo que o quê eu não encontrava eram ... 
Coisas pra se justificarem.
Meu português errado, escrito n'outro mundo onde o
tempo apenas existe e pronto.
Na verdade, tento saber quem sou.
Um visionário? Um louco? 
Pode ser, quem sabe?
No meu tempo já não existem pretéritos, muito menos
imperfeitos. É um presente muito mais que perfeito.
Talvez porque nos sentimentos eu vejo formas, cores...
ouço sons!
Talvez porque o "eu te amo" seja mias que uma
declaração. Pra mim sempre foi um estado.
Enquanto te desenho nos meus pensamentos, descubro que
o que me leva é essa saudade que ninguém explica.
Um sonho, pode ser assim.
Aí fica você pra mim,
Sem regras, sem nada.
Na mais bela perfeição.
Assim e só.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sodade Matuta



Vish Maria! É nessas noite clara de lua cheia
que bate uma sodade que inté a alma se arrupeia!
Eta Noss Sinhora! Aquilo é que era moça bonita!
Tinha os dente tudo branquim, uns zói tão briozo
que inté o sol briava poco perto deles.
É! Só que a minha sorte num foi boa não.
Um dia ela saiu da iscola e eu tava isperando com uma rosa na mão.
Cheguei perto dela com a corage dum caçadô de cobra,
Um domadô de cavalo bravo!
As perna trimia... os verso eu já esquecia!
Todo mundo oiano e eu me dismanchano...
“Vai tê que sê no improviso!”
Pensei comigo...
Num deu tempo!
Ela me oiô assim de banda com um sorriso tão bonito, que as palavra se perdeu tudo!
- É pro cê! – Só deu preu fala isso e levantei a rosa.
Deu um silenso maió que o mundo (Diz que depois da Bicuíba, o mundo levava umas cem légua pra cabá inda).
Ela pegô a rosa e falô que era seu nome.
Me deu um bejo no rosto que se eu num fosse macho,
Mijava ali mesmo perna abaxo!
PAXONEI!
Meu pai falava que isso era duença de quem num era home. Ah! Eu inda era minino mes!
Comecei a namorá Rosa sem ela sabê.
Levava tudo inquanto é doce que a vó Preta fazia.
Tava todo dia na iscola isperano a minha Rosa com um doce e uma fulô na mão.
Aquilo tava era bão dimais sô! Mais podia fica mió
Criei corage e fui dizê sem dó:
Hoje eu conto pra ela que nóis somo namorado.
Inté o santo intrô no meio: cendí déis vela!
Lembrei do pai dela  e ficô mais complicado.
Mas agora num dianta, o casamento vai tê que sê marcado.
Hoje eu conto pra ela que nóis somo namorado.
Cheguei na iscola com um monte de fulô... ela num veio.
Isperei o outro dia e tamém num veio.
Foi assim uns treis dia.
Até que um professô veio me dizê que a minha Rosa foi colhida por um anjo...
Levaro ela pra Deus.
Foi um chororô danado.  Treis dia só chorano.
Tomei um galope que nem oiei pra traiz
Parece que to correno inté agora!
Minha Rosa nunca mais ia sabê
Que era dela o meu querê
É por isso que nunca mais fui na iscola,
Arrumei pra mim foi uma viola
Prantei tudo inquanto é flô
Pra cuidá do meu amô!
E nas noite de lua cheia
Banho nessa luz que me alumeia
Achando que essa luz é seu oiá
Pego minha viola e toco inté gastá.
Fico iscondido no meio das fulô
Doido prum anjo vim mi buscá
E eu levá pro meu amô
A Rosa que eu prantei no peito.