terça-feira, 28 de julho de 2015

UM CARTÃO EM BRANCO


Eu hoje olhei pra cima,
Um céu que há tempos não se via.
Seus olhos, seu sorriso.
Essa beleza natural, raridade.
Seu silêncio e sua maneira espontânea de ser.

E essa nobreza emoldurada numa simplicidade incomum.
Do que vejo em seu olhar eu não sei dizer,
Mas do que sinto,
Me perco, mergulho, viajo.
E como que por encanto, 
Me encontro ali em seus braços,
longe de tudo, como se ainda pudesse.

Nem tudo se cabe num abraço,
As vezes é preciso uma vida.
As vezes é preciso mais.
E ainda que coubesse num pote de ouro,
Tudo o que me fez sentir, ressurgir,
reviver, no jeito de olhar que é seu, o meu também.
E como se pudesse... eu também me apaixonei.

Mas eu sou poeta e você poesia,
Eu posso.
Por um segundo, a eternidade em silêncio.
As palavras que leio no piscar dos olhos,
As vezes, a gente simplesmente se reencontra,
Fora do tempo, fora de tudo.
Um dia a gente se encontra.

E nessa ausência, 
No amanhecer,no brilho dos olhos,
Ou das estrelas à noite, é assim que eu vou te ter.
Onde quer que esteja, seu olhar vai me levar.
E o cartão em branco, é pelo que não soube dizer.