sábado, 18 de fevereiro de 2012

Me deixa!

Provar do seu beijo,
me envolver em seu jeito.
Me deixa ser seu por um instante,
prometo não cumprir promessas,
te prender no meu desejo...

Me deixa saciar seu apetite
fechar seus olhos
e te mostrar que o seu,
também é o meu desejo.

Me deixa...
Se ficar envolvida demais.
Me deixa apenas te envolver em meus braços
Te despir com meus olhos
e de todos os pudores
Te amar em meus lábios.

Me deixa ... se o "amar" for pecado.
Já não prometo mais nada!
Me deixa sentir seu corpo tremendo,
pedindo mais do meu veneno.
Faça isso sem palavras...
me deixa mergulhar em seu olhar.

Me deixa... e vá sem olhar pra trás,
Já não vai me achar, alem de ti,
No molhar dos lábios em meu beijo,
Me deixa, no prazer do seu corpo,
No gozar do seu apetite,

Me deixa e vá...
Eu estarei longe,
E dentro de tí, no mais profundo
Desejo de me deixar ser seu.





quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Anos 80... "charrete que perdeu o condutor!"

Ultimamente eu tenho recebido vários e-mails falando dos anos 80. Nessa hora, vem aquela nostalgia, uma vontade de esquecer as contas da realidade e correr de volta para essa década, como um garoto que sai da escola nas manhãs de junho e corre pra casa ao encontro de sua... pipa!
É, mas eu não vou falar do que todo mundo está falando não. Lógico que essa garotada de hoje jamais saberá o que era passar uma tarde inteira jogando River Raide, Pac Man, Asteroides, no velho Atari. Ta certo que o vídeo game deles é melhor do que o nosso, mas pergunta pra eles o que é “Tico-Tico Fuzilado?” Nú! Aquilo tinha um paredão de arrepiar qualquer Big Brother!
Outro dia eu estava reparando a moçada chegando no colégio, todo mundo se encontra todo dia e é sempre com o mesmo cumprimento: Três beijinhos, abraços, como se não se vissem há tempos! Sabem como era no meu tempo? O cara escondia atrás da própria sombra para o outro não vê-lo e quando chegava perto dava uma  P O R R A D A  no cara e gritava:
- Hoje não!
A gente “ligava” o tal do Hoje Não e quando se encontrava tinha que dizer “Hoje Não”, caso contrário tomava porrada, era uma só, mas era uma porrada bem dada! O pior é que o vacilão que apanhava não podia fazer ou falar nada!! Tava ligado!
Uma vez meu pai me deixou no colégio e quando eu fechei a porta do Passat eu tomei um soco nas costas que não deu nem pra pedir “bença”. Fiquei sem fala na mesma hora! Meu pai assustado queria dar um Pau no Doró, reclamar com a diretoria, aquela coisa. Mas como é que ele ia entender que eu tinha acabado de apanhar, sem mais nem menos por uma brincadeira?
Lá na escola Vital Brasil (minha quinta série), a gente brincava de Ranca! Quem lembra? Um objeto era escolhido como o “SALVE-SE!” Podia ser a trave de futebol quebrada, a porta do banheiro das meninas ou qualquer outro monumento estrategicamente de difícil acesso.  Soltava-se uma bola e todo mundo chutava sem direção. O cara que tomasse a bolada tinha que correr até o “salve-se” e bater lá, porque todo mundo deixava a bola pra lá e corria atrás dele descendo a porrada! E não eram vinte e dois jogadores não, meu amigo! Era uma escola na hora do recreio brincado de Ranca!
- É Ranca!  - e bicudo na bola!
Isso pra não falar do Corredor Polonês, Estrear o Novo Toco! Essas já eram brincadeiras mais amenas.
No Colégio Padre Eustáquio (minha primeira sexta série) tinha um bambuzal no pátio. Era comum alguém pegar uma casca com Pó de Mico e esfregar aquilo no outro. Isso eu fiz pouco, porque da segunda vez que eu fui passar na gatíssima loirinha Daniela, me dedaram. Chamaram meu pai lá outra vez, eu fui suspenso, e mais tarde eu seria convidado a me retirar do colégio! Acho que foi por isso que me mandaram pro colégio interno. Aquele lá em Cachoeira do Campo, indo pra Ouro Preto. Mas deixa o colégio interno pra lá.
E a garota do Fantástico? Puts cara! Que babaquice danada!
Tinha o Cazuza, a Plebe Rude, Ojeriza, o Raul Seixas...
Os Titãs em sua melhor fase, ainda tocando rock com o Arnaldo Antunes, a Rádio Terra FM...
Naquela época a gente subia no pé de goiaba da casa do Padre à tardinha e ficava lá plantado até de noite só pra ver a irmã do Lauro (a gostosa da Ana Paula) pelada depois do banho!
Acho que até o beijo era mais doce e mais gostoso naquela época.  Talvez por que a tal liberdade tenha invertido certos valores.
Hoje o nu não é mais arte e toda hora está diante dos nossos olhos. Belo ou não. A dança tem um lado tão vulgar que ofende suas raízes.
Ainda bem que os grandes poetas da nossa época (Renato Russo, Cazuza, Gonzaguinha, o bom baiano Raulzito), não estão mais aqui pra ouvirem o que virou a musica baiana (Axé music, com raríssimas exceções) e o Funk ... o Fiuk (sei lá como é isso!)
Tomara que cresçam logo as crianças pra salvar a gerações vindouras!
Que a alegria de brasileira não seja apenas o futebol, carnaval e feriado na segunda-feira..
Quem sabe o meu filho possa reinventar a inocência, e novas brincadeiras em que não precise estar só. E que ele não se iluda com aquela frase: “Vocês são o futuro deste pais!”
Tomara que a gente reviva sempre os anos oitenta, porque os próximos vão demorar a chegar. Se é que vão chegar.