quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Pizza de Brócolis

Era pra ser tão somente um novo dia, um mesmo dia talvez.
Com mais uma pagina virada
Mais uma pagina em branco nesse fabuloso livro da vida.
Se não fosse pela noite da última quinta feira, que já era quase dia da sexta
quando finalmente se conheceram apenas por palavras escritas,
palavras sinceras soltas na rede.
E como se o acaso tivesse marcado esse encontro com o destino
Combinaram de se conhecer numa peça de teatro.
Marcaram de se encontrar depois da peça.
Nunca tinham se visto e quase não se viram ja de frente um pro outro!
Mas o destino, ah esse tal destino dando um show no teatro da vida.
"Nas peças da vida, é surpreendente quando deixamos de ser meros coadjuvantes
e assumimos o papel principal, ainda que por um momento apenas.
Cabe ao ator, fazer da sua casual oportunidade, o seu destino.
E foi assim que eu me senti ao "ver" o seu sorriso pelo telefone."

Se enturmaram logo de cara e decidiram fazer pizza no apartamento do Dan.
E como não podia deixar de ser, ficaram a sós na decolagem do elevador.
Dois aviadores "decolando" num elevador nas asas de um sonho, de um desejo
Então os olhos se calam, ainda com intenso brilho, os lábios se unem:  beijo.
Quem disse que o tempo voa? Ficou ali parado, assistindo a cena de camarote.

A primeira pizza que saiu foi a de Brócolis,maravilhosa, surpreendendo o esperado,
mas havia tanto sabor naquele silêncio, proporcionado no piscar dos olhos, que...
Só sei dizer que a noite ficou pequena que o molhar dos lábios não secou ao sol
dessa paixão.
E assim o livro dessa vida ja não espera passar mais páginas em branco por um longo e
longo tempo. Hoje, o acaso cedeu lugar a companhia dela, deixando a vida dele em boas
mãos. E pensar que o destino deles se cruzaram justamente numa foto:


Nela, a razão de tudo ter acontecido por acaso: a paixão pela aviação!
Assim como o encontro marcado, como a peça de teatro... e a Pizza de Brócolis. São obras do destino.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O que mais pode ser?

Eu não sei por onde começar,
mas o que está aqui dentro...
também não sei se é só lembrança,
se é desejo,
O quanto é saudade de um beijo.

Também não sei se é poesia,
nem tão pouco primavera.
Se ainda guarda minha carta de amor...


Queria dizer seu nome, mas você sabe que é seu
e nem precisa, nós sabemos.
Mas queria na verdade era saber dizer o que preciso.
Se não fosse por acaso.

Nem percebi que foi ha tanto tempo assim, quando nos despedimos.
Nem sequer nos despedimos.
Nem sequer nos conhecemos,
A não ser pelo desejo que eu tinha
De ter naquela época a maturidade de hoje.
Sem saber do seu segredo, que era meu.
E o que fazer agora, quando tempo insiste em arrancar do peito
A toda força o que outrora adormecia, como que por encanto
Como foi o reencontro.
Tempo zangado, que nos deixou de lado,
Nos ensinando o que a vida nos toma a cada dia
cada dia passado sem ter você do lado.

Foram tantas as partidas que me dividiram
foram tantas noites em silêncio.
E hoje o que eu faço, se minhas palavras, não sabem mais do que duas letras?
Se hoje, você conseguiu me devolver a juventude no olhar que trago na lembrança.
O que faço com o tempo, que insiste em voltar na história e dizer: é ela.
O que faço com a história, que o tempo caprichosamente desenhou nas paginas em branco da nossa ausência.
Novamente... como sempre, o destino cabe em suas mãos, que por acaso acaricia o coração.
No meu peito ja não bate, ficou contigo toda a vida que ele me dava.

Era pra dizer muita coisa, mas o sentimento que me vale, além dessa saudade de uma vida que eu sonhei olhando de uma janela, é tão somente inexplicável.
Pra dizer, tem que ter um abraço forte, como você disse pra que eu me sentisse.
Do abraço tem que ter calor.
Tem que ter espaço pro carinho percorrer cada afago do seu corpo.
Pra dizer tem que ouvir o silêncio, sentir a respiração ofegante de ansiedade,
pelo tocar dos lábios, no fechar dos olhos...
No voar dos anos retrocessos devolvendo-nos cada segundo que passamos distantes.

Posso até não dizer te amo, mas que eu saiba tão somente, te fazer sentir-se amada.
Posso até não ser tão forte, mas que eu saiba simplesmente, segurar sua mão na caminhada.
E se faltar alguma coisa, que o meu silêncio expresse em todas as formas a lealdade.

Eu não sei como terminar
mas isso já não importa tanto,
estamos aprendendo também.

domingo, 27 de novembro de 2011

PALAVRAS

Cem garotas,
Sem garotas
Quase nada e 
Quase tudo


Vida, destino e acaso.
Fatos e fotos: saudade
e sentimentos.
Um olhar sincero, pensamento honesto.
Som.


Tudo que se vê, que se toca,
mesmo que não há.
Algo que se pensa: o amor e seu sorriso.
O fundo do poço.
O avesso da alma.
Nada que se cria
O espelho da razão.
Uma núvem que passa e até
o seu sorriso sem graça.


Tudo são palavras:
O amor e seus sentidos
Mesmo sem direção: Palavras.
Beijo: Palavra!
Silencio: Palavras... muitas palavras.
Inexistência: Palavras.
Passos sem caminho: Palavras.
Você e eu:  P A L A V R A!  Sem plural.


É assim mesmo pra udo que é sem fim,
pro ego perdido: palavras.
Sonho: Palavra.
O mistério: Palavra.
O nada...
- Mas o nada é muito grande, é muito exato!
- Sábias palavras.


O que se cria e não tem nome: Palavra.
Assim dito por não dito, aqui está tudo escrito.
Torto é o óbvio.
Nem tudo está perdido...
Só o Gozo!
- Eu quero mais!!!
Querer! palavra.
Chega mais: VERBO.
Pefeição: não existe!
- Então é belo!
- Mas não se pode ter.
- Posso criar!
- Não se realiza.
- Fica minha ilusão.
- Tem razão.


Não! 
O que é o fim?
O fim é tudo. é o basta. 
Tudo é o princípio.
Vida... destino... por acaso...
Palavras, apenas.


Silêncio!
É muito mais.
Onde quer chegar?
Onde pensa que vai?
Palavras, palavras... palavras,
tudo que se tem.
Certeza!
Algo infinito e inalcançável!
Esquecer o seu sorriso
Nada do que foi dito.


Perguntas, perguntas e perguntas.
Voe! Uma ordem.
Ordem sem princípio, só  o meio.
Não há nada? Posso gritar!
O grito, o que há?
Tudo.
Tudo é palavra.
Palavras são dita.
Dizer é palavra.
Chato.
Chato não. Não conta.
Contar... palvras.
Esqueci o que eu queria dizer.
Perdi o rumo e lá estava meu ego.
Cego. Nego.
Negar não, credo.
A voz, o sonho, a noite...


Não sei dizer o que me falta
Simples e direto, reumiria tudo.
Tudo são palavras.
Isso resumido:
Palavras!
E o que falta pra explicar?
Palavras.
Palavras explicam tudo.
Não, palavras não dizem, são.
Ser é verbo. Verbo é palavra.


Já disse, palavra é tudo!
Tudo está escrito.
Em uma única palavra, fecho quatro páginas.
Em tres letras uma palavra.
Em uma única palvara tenho tudo, mais que tudo:
DEUS!
Mas eram só tres letras, Deus são quatro!!!
Fim.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

FELICIDADE

Olá...

Tem mais ou menos duas horas que estou diante da tela, deitado pensando no que dizer sobre seu aniversário.
Sabe o que decid? Que felicidade não se "deseja"!
Felicidade se faz, se tem... se é.

Mas felicidade também não é lembrança apenas!
Felicidade não é tão somente o amor, marcado por paixões, sonhos e desejos.
É indescritível.
A leveza do amadurecimento, sem contar os anos no seu tempo cronológico.
Pode ser o olhar de uma criança na sua mais plena inocência, esboçado num sorriso verdadeiro que molda a transparência d'alma nos lábios.
Como é o seu.
Felicidade é voar!    I N F I N I T O!!!
Mas não é uma viagem apenas ao novo como Carrancas!
Felicidade é o novo, surpreendente, com aquele "q" de adrenalina na insegurança de arriscar, mas o alivio com o sucesso.
Não são conceitos. Felicidade é uma poesia escrita a lápis nas paginas de um destino casual.
Pode ser uma lágrima, sabe? Daquelas que se soltam nas conquistas e na superação.
Na ansiedade quando as mãos esfriam quando a partida é inevitável.
Mas é também a certeza de que a presença estará sutil, na solidão distante... porque a felicidade... é muito mais do que sei dizer.
Felicidade é tocar o telefone numa garrafa de coca cola, a troco de um sorriso, no primeiro passo de um objetivo.
É uma música que toca e nos arremete para um tempo, para um mundo, criado tão somente pra gente ser Rei.
Felicidade... é a metade guardada, o perfeito presente.
É olhar o futuro e encarar o passado emoldurado num canto especial da memória, dando a importância devida, sem se ferir.


Seja Feliz!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ela

eu ia
te amar
te enobrecer eternamente
se você fosse minha amiga
e respeitasse minha fraquesa
minha "dependencia"
e minha escolha... talvez errada
Eu ia realmente
ter certeza
que seu sentimento
seu estado de "amizade"
de amante
são verdadeiramente dignos
da confiança de um homem
se você simplesmente me aceitasse
sem deixar que seus olhos
dissessem
o que realmente sou.
Eu ia agradecer de todo coração
se me desse a mão
ainda que eu errasse a direção
eu ia adorar
acordar em seus braços.
Eu ia adorar fazer você dormir
passando a mão nos cabelos de uma pessoa verdadeira.
Eu ia adorar voltar pra casa 
sabendo que eu nunca fui
e poder dizer:
-hoje nao foi bom!
mas ser confortado pelo seu sorriso
até que um dia eu cresça
alem do meu tamanho,
alem do meu espirito
e possa dizer:
- obrigado por tudo!
por simplesmente me entregar o seu silencio
quando precisava de um grito
obrigado por me fazer enxergar
que eu sou muito mais comigo mesmo
por você estar do meu lado.


sábado, 5 de novembro de 2011

Nunca Mais


O ponteiro avisava que era pouco mais de meia-noite. O sangue fresco impregnado nas roupas deixava-lhe com uma impressão assustadora. Tanto quanto sua expressão. Já sem saber o quanto era ódio ou cansaço.

Afinal, o cadáver lhe dera enorme trabalho. Atormentado pelos gritos ainda vivos na memória. Gritos de dor, piedade ou suplica pela vida que ele arrancava-lhe impiedosamente. Aqueles gritos ecoariam pra sempre? Pensou no futuro. Se é que ainda podia sonhar com um. O fato é que aquilo lhe atormentava, muito. 

Desviou do cemitério aumentando ainda mais o percurso até seu refúgio! Agora sim sentia medo. Os passos que ouviam pareciam não ser apenas dele. Aquele dia fora realmente insuportável. Difícil. E pensar que só tinha vinte e poucos anos. Pouco demais pra ver ao longe a esperança indo embora.

Um vulto veio em sua direção. Meia noite e dezessete. “Meu Deus! Todo esse sangue em minhas roupas.” Por um instante pensou em quem estaria mais amedrontado! Abaixou a cabeça e diminuiu os passos. Percebeu que o vulto em sua direção continuava no mesmo passo! Lembrou novamente do cadáver se debatendo contra seus duros golpes implorando pela vida. O coração disparado ajudou a pesar ainda mais sua consciência! Levantou os olhos e abaixou em questão de segundos. O suficiente para perceber que ele o encarava friamente ao cruzar-lhe o caminho! Voltou a olhar no mesmo instante assustado! Tinha certeza que conhecia aquela pessoa mesmo olhando tão repentinamente. Com o coração ainda mais disparado, virou-se para reconhece-lo...

Não havia ninguém naquela rua, além dele mesmo! Correu desesperado pra casa! Aflito! Gritando que não mataria mais! Foi assim o primeiro e último dia de açougueiro do Abelardo.

Cacos de Vida

Existem coisas simples, puras e fáceis que nos colocam medo.
Eu procuro palavras e elas não descrevem...
Procuro expressões e elas estão por toda parte. 
Eu simplesmente não as alcanço.
Não falo por todos, mas acho que é isso mesmo.
De repente crescemos.
Aqueles poemas na última pagina do caderno fazem parte do cotidiano. 
O medo passa a ser uma coisa mais agressiva. 
Os sonhos tomam formas inimagináveis e vão parar em fronteiras inalcançáveis. 
A gente procura pela mão paterna, mas o amparo não alivia mais as dores como nos tombos que a gente ouvia:
- Pulou! Pulou! 
Você se lembra disso?
E toda vez que eu penso no futuro, eu apenas sinto.
Sobram palavras e existe um medo de aceitar os fatos.
Talvez porque seja mais fácil a gente não ouvir os “não” que quebram nossos sonhos. Ou o medo maior pelo “sim” e ao trazer o sonho à realidade, ele se torne apenas uma lembrança, muito vaga, como aquelas de quando a gente acorda e só sabe que o sonho foi bom.
 
Enquanto isso a vida me leva pelo caminho que eu tracei.
Talvez sem nenhum sentido, ou nenhuma direção, mas o que vale, são as sombras que eu encontro nos tempos de sol forte. Ou até mesmo um poço de águas claras, cristalinas que me refresca e mata a minha sede. 
Mas a pior parte desse caminho, é olhar pra tras e ver as sombras se afastando ou poço secando. 
Ou apenas ver que eram apenas...
Sombras.
 
 
 

DAS COISAS SIMPLES, O BOM DO AMOR

A melhor parte do amor,
é uma ligação de repente...
"Liguei só pra te ver um pouquinho!"
É ter a certeza de que você é minha...
Sem posse:
Liberdade
É ter saudade de um segundo,
vontade de ir pra sempre
com você do lado!
É ter alguém esperando quando volta.
Torcer pela vitória
e abraçar na perda.
Entender o silêncio!
Saber que companheiro algum supre a necessidade que todo ser humano tem de ficar sozinho, as vezes!
E ao mesmo tempo, aquela ansiedade,
Aquela vontade e necessidade do reencontro.
A falta que se faz!
Porque sabe que tem alguém pra contar
em todos os momentos.
É o egoísmo de um pote bom
em querer você pra mim ...
sem POSSE!

domingo, 2 de outubro de 2011

TE AMO PRA SEMPRE

TE AMO PRA SEMPRE

Sem medo, com todos os riscos.
Isso é inicio,
te amo pra sempre.
Sem conhecer,
sem tanto querer,
Porque a gente nem se conhece...
e se ama!
A gente respeita, a gente so tem medo de perder!
e te amo pra sempre.
Intensamente.
Saudade de um segundo, uma ligação dizendo
só pra te ver, saudade...
te amo!
Pra sempre.
O tempo passa,
surgem fotos, fatos e historia
historia sem fim
e novamente o tempo,
Que dá liberdade...
Intimidade
ao ponto de novamente...
sem medo, agora de perder.
te amo pra sempr
a falta de um sorriso,
sem perceber,
e a carência sem motivo
e... te amo pra semp
Aquele amor do inicio,
eterno e pra sempre,
não acaba!
E agora conhecendo bem
qualidades e defeitos
cumplicidade e desejos...
engraçado que a cada instante,
com todo amor
agora a falta.
o que era pra sempre.
Uma mensagem aquele  segundo de saudade
a falta da falta
que ela não sente mais.
ou sente tanto, mas um segundo apenas
basta, completa e mata a saudade,
saudade do eu te amo
pra sem.
O carinho agora é culpa,
o dialogo agora é falta.
a saudade, corrói, destrói
e sem perceber
carência!
Da mesma ligação que nao veio.
do boa noite e sono.
mas se perder...
te amo pra se
Amar, amor, amado.
egoísmo, lagrima
intransigência.
Cadê o carinho?
 intensidade?
a Coragem de enfrentar o mundo?
Tudo que vier?
Tudo é pra sempre...
e o pra sempre,
foi amor.
Inigualável.
Jamais repetido.
Por isso te amo
Eu sei porque, sem entender.
te am
apenas te
apenas eu
te
t.

domingo, 18 de setembro de 2011

DESAPRENDER

Eu preciso desaprender algumas coisas.
A não ter medo de dizer “não”, por exemplo.
Às vezes me perder de propósito,
Deixar de lado à vontade de voltar.
Preciso desconstruir meus mundos!
Desaprender a confiar,
Porque o pra sempre, dura apenas algumas horas.
Quando muito, dias!
Aquele gostar é sempre tão meu, que eu acabo dividindo
com os outros.
Acho que o meu egoísmo “veio” com defeito,
Eu sempre quero o sorriso alheio, sincero!
Abro mão de sonhos, lembranças,
Às vezes sou palhaço,
Outras o mais puro silêncio,
Quando não o próprio tempo!
Tudo pra satisfazer
O meu egoísmo cheio de compaixão!
Pode?
Pode, eu sou poeta.
Eu desaprendo e desconstruo.
Faço sonhos.
E quando o não é a única saída, eu fecho os olhos.
Tento entender esse pra sempre,
Esse infinito tão breve
Esse mundo que cabe nas mãos!
Eu escolho o tempo como companhia
E deixo passar o fracasso que já não é meu.
Agora, o “não” que há pouco era a saída,
Passa a ser o grande início,
O qual eu desaprendo,
Desconstruo...


COISAS E SONHOS

Sempre tentei encontrar explicação pra algumas coisas.
Acabei descobrindo que o quê eu não encontrava eram ... 
Coisas pra se justificarem.
Meu português errado, escrito n'outro mundo onde o
tempo apenas existe e pronto.
Na verdade, tento saber quem sou.
Um visionário? Um louco? 
Pode ser, quem sabe?
No meu tempo já não existem pretéritos, muito menos
imperfeitos. É um presente muito mais que perfeito.
Talvez porque nos sentimentos eu vejo formas, cores...
ouço sons!
Talvez porque o "eu te amo" seja mias que uma
declaração. Pra mim sempre foi um estado.
Enquanto te desenho nos meus pensamentos, descubro que
o que me leva é essa saudade que ninguém explica.
Um sonho, pode ser assim.
Aí fica você pra mim,
Sem regras, sem nada.
Na mais bela perfeição.
Assim e só.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sodade Matuta



Vish Maria! É nessas noite clara de lua cheia
que bate uma sodade que inté a alma se arrupeia!
Eta Noss Sinhora! Aquilo é que era moça bonita!
Tinha os dente tudo branquim, uns zói tão briozo
que inté o sol briava poco perto deles.
É! Só que a minha sorte num foi boa não.
Um dia ela saiu da iscola e eu tava isperando com uma rosa na mão.
Cheguei perto dela com a corage dum caçadô de cobra,
Um domadô de cavalo bravo!
As perna trimia... os verso eu já esquecia!
Todo mundo oiano e eu me dismanchano...
“Vai tê que sê no improviso!”
Pensei comigo...
Num deu tempo!
Ela me oiô assim de banda com um sorriso tão bonito, que as palavra se perdeu tudo!
- É pro cê! – Só deu preu fala isso e levantei a rosa.
Deu um silenso maió que o mundo (Diz que depois da Bicuíba, o mundo levava umas cem légua pra cabá inda).
Ela pegô a rosa e falô que era seu nome.
Me deu um bejo no rosto que se eu num fosse macho,
Mijava ali mesmo perna abaxo!
PAXONEI!
Meu pai falava que isso era duença de quem num era home. Ah! Eu inda era minino mes!
Comecei a namorá Rosa sem ela sabê.
Levava tudo inquanto é doce que a vó Preta fazia.
Tava todo dia na iscola isperano a minha Rosa com um doce e uma fulô na mão.
Aquilo tava era bão dimais sô! Mais podia fica mió
Criei corage e fui dizê sem dó:
Hoje eu conto pra ela que nóis somo namorado.
Inté o santo intrô no meio: cendí déis vela!
Lembrei do pai dela  e ficô mais complicado.
Mas agora num dianta, o casamento vai tê que sê marcado.
Hoje eu conto pra ela que nóis somo namorado.
Cheguei na iscola com um monte de fulô... ela num veio.
Isperei o outro dia e tamém num veio.
Foi assim uns treis dia.
Até que um professô veio me dizê que a minha Rosa foi colhida por um anjo...
Levaro ela pra Deus.
Foi um chororô danado.  Treis dia só chorano.
Tomei um galope que nem oiei pra traiz
Parece que to correno inté agora!
Minha Rosa nunca mais ia sabê
Que era dela o meu querê
É por isso que nunca mais fui na iscola,
Arrumei pra mim foi uma viola
Prantei tudo inquanto é flô
Pra cuidá do meu amô!
E nas noite de lua cheia
Banho nessa luz que me alumeia
Achando que essa luz é seu oiá
Pego minha viola e toco inté gastá.
Fico iscondido no meio das fulô
Doido prum anjo vim mi buscá
E eu levá pro meu amô
A Rosa que eu prantei no peito.