terça-feira, 29 de novembro de 2011

O que mais pode ser?

Eu não sei por onde começar,
mas o que está aqui dentro...
também não sei se é só lembrança,
se é desejo,
O quanto é saudade de um beijo.

Também não sei se é poesia,
nem tão pouco primavera.
Se ainda guarda minha carta de amor...


Queria dizer seu nome, mas você sabe que é seu
e nem precisa, nós sabemos.
Mas queria na verdade era saber dizer o que preciso.
Se não fosse por acaso.

Nem percebi que foi ha tanto tempo assim, quando nos despedimos.
Nem sequer nos despedimos.
Nem sequer nos conhecemos,
A não ser pelo desejo que eu tinha
De ter naquela época a maturidade de hoje.
Sem saber do seu segredo, que era meu.
E o que fazer agora, quando tempo insiste em arrancar do peito
A toda força o que outrora adormecia, como que por encanto
Como foi o reencontro.
Tempo zangado, que nos deixou de lado,
Nos ensinando o que a vida nos toma a cada dia
cada dia passado sem ter você do lado.

Foram tantas as partidas que me dividiram
foram tantas noites em silêncio.
E hoje o que eu faço, se minhas palavras, não sabem mais do que duas letras?
Se hoje, você conseguiu me devolver a juventude no olhar que trago na lembrança.
O que faço com o tempo, que insiste em voltar na história e dizer: é ela.
O que faço com a história, que o tempo caprichosamente desenhou nas paginas em branco da nossa ausência.
Novamente... como sempre, o destino cabe em suas mãos, que por acaso acaricia o coração.
No meu peito ja não bate, ficou contigo toda a vida que ele me dava.

Era pra dizer muita coisa, mas o sentimento que me vale, além dessa saudade de uma vida que eu sonhei olhando de uma janela, é tão somente inexplicável.
Pra dizer, tem que ter um abraço forte, como você disse pra que eu me sentisse.
Do abraço tem que ter calor.
Tem que ter espaço pro carinho percorrer cada afago do seu corpo.
Pra dizer tem que ouvir o silêncio, sentir a respiração ofegante de ansiedade,
pelo tocar dos lábios, no fechar dos olhos...
No voar dos anos retrocessos devolvendo-nos cada segundo que passamos distantes.

Posso até não dizer te amo, mas que eu saiba tão somente, te fazer sentir-se amada.
Posso até não ser tão forte, mas que eu saiba simplesmente, segurar sua mão na caminhada.
E se faltar alguma coisa, que o meu silêncio expresse em todas as formas a lealdade.

Eu não sei como terminar
mas isso já não importa tanto,
estamos aprendendo também.

2 comentários:

  1. Como sempre mais um texto lindo, parabéns nono!

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  2. Aroldo,
    Eu podia ter passado sem seu poema hoje....
    só hoje!
    Dia cheio de lembranças, querenças e vazio!
    Amanhã vou reler, e já sei que vou adorar!
    Abraço, Marta.

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