segunda-feira, 5 de novembro de 2012

RUA ITORORÓ, AP 303



Quem passa por esse endereço no bairro Padre Eustáquio, vê apenas um prédio comum,  quatro ou cinco andares, não me lembro bem.
Um prédio escolhido, numa rua pacata que de vez em quando, passava um ônibus... sei lá se ainda passa.
Árvores, outras casas, como outra rua qualquer.
O apartamento 303, aos olhos de qualquer engenheiro, era também um três quartos, sala, cozinha, banheiro, com vaga na garagem...

Mas aos meus olhos NÃO!
Naquele apartamento, cabia o mundo!
Nele morava o grande pai, que os filhos carinhosamente, o chamam de "Tio Zé"!
E o amor dele, era a tia mais bonita, que todo mundo a chama de "Mãezona".

Naquele apartamento, todo mundo se abrigou.
Todo mundo encontrava o aconchego que só se encontra,
Nos braços da mãe.
A segurança, que só se tem de mãos dadas ao pai.

A infância, a alegria e a verdadeira amizade,
se mudaram pra lá. E lá ficaram.
Alí também, habitava o maior coração que um ser humano pode ter.
O do Tio Zé.
Homem que nunca negou um sorriso,
E se um dia houve lágrimas,
esse mesmo sorriso, se encarregava de disfarça-las...
E quando ele trazia todas as novidades,
e também as que não eram, mas eram sempre surpresa:
Rapaduras, melancias e mercadorias, trocadas por uma saudade,
que cada km da 040, com destino a Brasilia, sabiam bem.

Nunca soube dizer, se quem acolheu quem precisou foi de fato o Ap,
ou o coração daqueles dois.
A Hora do Coroa, o Globo Esporte...
Comandos em ação, ping pong,
Bolo do maranhão...
- Ronan... fooooooome!!!
E a hora que fosse, saia um mexidão.

Cama quentinha, ainda que fosse o chão.
Cura de ressaca, "taca" merecida,
Parente de longe, parente de perto,
Tudo cabia naquele coração...

Isso quando o Tio Zé, não se contentava com o tudo,
e colocava a meninada toda dentro do Corcel e passava no "Ihooo" indo pra Vila Oeste,
ou parava no Praia Clube, com a criançada toda no porta-malas....
Ô minha doce infância,
A rua Itrororó, não sei o número, mas no apartamento 303...
Saudade de todo mundo que ali viveu!
O mundo, nunca mais foi tão aconchegante, como era ali, dentro daquele Apê!




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